Novos empresários e estratégias competitivas

O cenário empresarial atual cada vez mais competitivo não tem lugar mais para amadores ou àqueles que se aventuram por uma ideia sem experimentação do mercado alvo. Novas empresas têm surgido através das redes de relacionamento, visitas às feiras de franquias, eventos em entidades empresariais ou por jovens recém-graduados com projetos inovadores.

          Muitos buscam apoio em órgãos públicos e privados para desenvolver seu plano de negócios da mesma forma que se relacionam com frequência em associações e grupos de discussão. Preparar-se ao máximo é o lema. Mercados sem fronteiras e idéias boas contam com incentivos e financiamentos.

          Por sua vez, as informações disponíveis a todo o momento e com riqueza nas redes sociais, encontros de idéias, jornais e revistas, deixa-os muitas vezes confusos sobre o melhor momento, do que e onde fazer os investimentos necessários. Uma forma estratégica é se unir a outros empreendedores mais experientes ganhando tempo e reduzindo riscos desnecessários. Estas organizações estão se difundindo no meio empresarial e refletem a necessidade de conhecimento prático sem vivenciar erros já praticados por outros. Os dois lados ganham, pois os já experientes podem renovar idéias ou conhecer as “imagens de fora” de seu negócio.

          O associativismo pode ser uma solução rápida, ou seja, potencializa ações que demandariam muito tempo para sua execução adequada como, por exemplo, uma boa comunicação com seu mercado específico. Gera-se uma rede de relações comerciais fazendo o papel do vendedor experiente com redução de custos e riscos iniciais. Oportunizam-se encontros com outros empresários deixando de lado uma concorrência, mas criando acordos e verticalizações com soluções inteligentes. Compartilha-se a rede de fornecedores ganhando força nas negociações.

          A assessoria ou consultoria antecipa a solução para possíveis entraves, além de estender a empresa para uma departamentalização com foco gerencial e desenvolvimento de novas estratégias. O mercado sinaliza e o empresário já conhece as alternativas mais interessantes para a continuidade do desenvolvimento do seu produto ou serviço em um gráfico mais ascendente de vida. Esta descoberta está deixando de ser interessante apenas para os mais abastados empresários, porque os dois lados se beneficiam com o aumento do faturamento e retorno dos investimentos em prazo mais curto. O objetivo principal é unir forças e conhecimento para minimizar erros de trajetória, diminuindo a taxa de mortalidade da empresa no primeiro ano, o mais difícil.

          Estratégias para vender mais e melhor, se estabelecer no mercado, muitas vezes, oligopolizados, todas as formas de atuar dependem do conhecimento adquirido e visões diferenciadas que se traduzem em uma vantagem competitiva. Esta vantagem confere uma curva de crescimento às empresas novas com mais força do que as já em consolidação, pois seus empreendedores perdem métodos e alternativas de conquistar seus clientes todos os dias. Quando vemos grandes empresas atuando como pequenas, lacunas ou nichos de mercado se estabelecem para os mais criativos. Os clientes mandam no mercado, a demanda cria uma nova oferta e os novos empreendedores surgem.

          Fazer diferente e atuar com mais força depende também do seu segmento. Destaco dois que fazem por merecer a presença na mídia e aumento de participação no crescimento regional.

          As “trades” ou empresas satélites importadoras que fazem o comércio internacional mais pujante nos últimos anos, principalmente da China, determinam alternativas de produção sem geração de empregos na indústria local, contudo, geram produtos mais inovadores, atraentes e bons concorrentes aos nacionais. Instalar uma fábrica na China e importar os produtos com design exclusivo é uma nova tendência.

          Para este segmento a informação e assessoria complementar são vitais, pois as regras envolvendo o comércio exterior e as legislações num país de dimensões continentais geram incertezas e atitudes equivocadas com frequência. Muitos grupos de empresas passam a contar com mais esta alternativa, abrir importadoras como complementação de sua produção nacional e ser mais preparada para a concorrência interna. O preço baixo e os mercados sem proteção do poder público ameaçam os empresários até mais experientes e criam oportunidades para os mais novos e ousados.

          Outro segmento destaque é o de tecnologia, com polos de crescimento em inúmeras cidades brasileiras. São empresas premiadas e admiradas internacionalmente. Incubadoras de empresas se instalaram com apoio governamental e permitindo projetos inovadores com a união do jovem empreendedor e a pesquisa e o desenvolvimento do meio acadêmico. É um setor com vocação na internacionalização que descreve um potencial do país para o mercado exterior e responsável por mais arrecadação de impostos do que o Turismo. Em Florianópolis, inúmeras empresas que nasceram como incubadas, hoje, são líderes de mercado e com vocação exportadora. O aprendizado foi através da participação de seus empreendedores em outras grandes empresas estatais ou privadas como assalariados, técnicos que vivenciaram os desafios da produção, mas muitas vezes sem perfil para comercializar suas novas idéias.

          Para estas empresas os desafios estão na obtenção de recursos para sua produção, identificação com seu mercado consumidor, seja no Brasil ou no exterior e a formação de colaboradores altamente especializados. Esta falta de mão de obra tem sido um grande entrave para o desenvolvimento, fruto de um sistema educacional sem correlação com o mercado de trabalho.

          O novo empresário é mais informado, mais jovem e tem a sua disposição muito mais elementos para o seu desenvolvimento. Seu sucesso estará diretamente relacionado à sua condução e capacidade de se relacionar com o mercado.

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